13 de mai. de 2011

Biodiesel pode causar danos ao motor

O produtor brasileiro para desempenhar as atividades de cultivo depende de inúmeros veículos automotores, como tratores, colheitadeiras, pulverizadores, caminhões entre outros. Grande parte destes veículos utiliza o diesel como combustível, o que significa que para conservar estes veículos e ter economia, o diesel deve ser de qualidade. Porém o produtor agora além de se preocupar com a qualidade do diesel deve se preocupar com o armazenamento do diesel porque por norma o diesel tem 5% de biodiesel.

Diferentemente do diesel obtido dos recursos fósseis, o biodiesel não consegue manter as sua qualidade por longos períodos. Com o tempo, dependendo das condições de armazenamento, ele é mais suscetível à degradação devido a sua propriedade de absorção de umidade. Alguns estudos apontaram que o biodiesel pode absorver até 30 vezes mais água que o diesel comum.

Na apresentação do pesquisador Eduardo Cavalcanti no 28° Congresso Brasileiro de Corrosão, é descrito que essa característica resulta em maior oxidação. A água contida no combustível é liberada, possibilitando o acúmulo da chamada borra e crescimento de fungos e bactérias. Além de causar danos aos motores, o material gera desgaste no sistema de injeção e se aloja nas tubulações e filtros dos veículos.

No Posto Max Diesel, por exemplo, a estimativa é que, entre 2009 e 2010, tenha ocorrido um aumento de 20% no número de consertos em veículos que passam por problemas em decorrência da má qualidade do diesel. "A vida útil dos componentes se reduziu em pelo menos 30% com o biodiesel. Os mais atingidos são os ligados à parte de injeção e às unidades eletrônicas. Isso ocorre porque os biocombustíveis deixam resíduos no veículo quando degradam e não têm a queima perfeita", explica o gerente técnico do posto, Helvécio Dimas Gomes.

Para evitar prejuízos, algumas transportadoras estão passando por readequações no modo de trabalho. É o caso da empresa Minas Goiás Transportes. Segundo o gerente de manutenção da empresa, José Olímpio Galvão, eles passaram a trocar o filtro de combustível nos 65 veículos da frota com mais frequência. Além disso, o diesel, que antes podia ficar em média um mês parado nos caminhões, agora é retirado com aproximadamente 15 dias. "Se um caminhão quebra, com duas semanas a gente recolhe o diesel. Assim, não corremos o risco dele estragar o veículo", disse. Outro cuidado tomado pela empresa é o de abastecer apenas em postos conhecidos. "O que mais existe é posto que adultera o óleo", afirma. Por isso produtor, abasteça os seus maquinários com combustível de qualidade.